O câncer de mama é o câncer que se forma no tecido mamário. O tipo mais comum de câncer de mama é o carcinoma ductal (70%), que se inicia nos ductos mamários (tubos estreitos que carregam leite dos lóbulos mamários até o mamilo). Outro tipo de câncer de mama é o carcinoma lobular (5-10%), o qual começa nos lóbulos (glândula de leite) da mama. O câncer de mama ocorre tanto em mulheres quanto em homens, embora neste grupo ele seja muito raro. Apenas 1% dos casos de câncer de mama ocorrem nos homens. É mais frequentemente esporádico (ocorre ao acaso). Apenas 5% dos cânceres de mama são hereditários.
Fatores de risco para câncer de mama são:
- sexo feminino
- idade: quanto mais idosa, maior o risco
- história familiar
- menarca precoce e menopausa tardia
- nuliparidade
- obesidade
- uso de terapia de reposição hormonal
- biópsia prévia de lesão proliferativa na mama, tais como hiperplasia ductal atípica (Risco Relativo 4-5), hiperplasia lobular atípica (RR 4-5) e carcinoma lobular in situ (RR 8-11), além de papiloma intraductal (RR 1,5-2), fibroadenoma complexo (RR 1,5-2), cicatriz radial (RR 1,5-2), adenose esclerosante (RR 1,5-2) e hiperplasia ductal sem atipias (RR 1,5-2)
O câncer de mama não pode ser evitado na maior parte dos casos, ou seja, dificilmente podemos realizar prevenção primária, exceto nos casos de alto risco ou com mutação genética comprovada, em que podemos dispor de uso de medicação ou de tratamento cirúrgico para redução do risco.
Na maioria das mulheres, o que realizamos é a prevenção secundária. Ou seja, o rastreamento do câncer de mama: procuramos detectá-lo o mais precocemente possível para que tenhamos maior chance de cura. Com os tratamentos disponíveis atualmente, a chance de cura de um câncer de mama em estádio inicial é muito grande. A sobrevida em 5 anos é de 98%.
O rastreamento do câncer de mama é realizado através da mamografia anual a partir dos 40 anos, segundo recomendação da American Cancer Society. Algumas vezes, a mamografia precisa ser complementada com algum outro tipo de exame, como a ultrassonografia.
Em pacientes de alto risco, a recomendação para acompanhamento é diferenciada. Geralmente, o rastreamento é iniciado em idade mais precoce e é indicado um seguimento com o médico mastologista a cada 6 meses.
A ressonância nuclear magnética de mama somente é utilizada para rastreamento de câncer de mama em casos especiais (alto risco para câncer de mama), mas também está indicada quando há dúvidas nos demais exames.
Para diagnóstico do câncer de mama, sempre é necessária a realização de uma biópsia, que pode ser realizada das seguintes formas:
- biópsia de fragmento ou mamotomia guiada por mamografia ou US mama: parte da lesão (fragmentos) é retirada para análise; dependendo do tamanho da lesão, ela pode ser completamente excisada por mamotomia; o resultado pode ser benigno, de lesão proliferativa com necessidade de excisão completa da lesão para diagnóstico definitivo, ou maligno
- biópsia cirúrgica orientada por agulhamento por mamografia ou US mama: retirada da lesão não palpável através de cirurgia e após o direcionamento da lesão por mamografia ou ultrassonografia de mama
- biópsia cirúrgica excisional: excisão de toda a lesão palpável para análise
- biópsia cirúrgica incisional: apenas uma parte da lesão palpável ou pele da mama é retirada para análise
Confirmado o diagnóstico de câncer de mama, inicialmente são realizados alguns exames complementares para estadiamento clínico da doença. Estes exames buscam saber se o câncer de mama está restrito à mama, isto é, se suas células não atingiram a corrente sanguínea e se alojaram em outros órgãos (metástases). As principais metástases do câncer de mama ocorrem para os ossos, pulmões, fígado e sistema nervoso central (cérebro).
O tratamento do câncer de mama pode ser realizado em algumas etapas, não necessariamente nessa ordem e nem sempre se necessitando de todas elas, de acordo com o tamanho do tumor, com suas características (imunohistoquímica/tipo de câncer) e da presença ou não de comprometimento de outros orgãos:
- cirurgia: remove o tumor com margem de segurança
- quimioterapia: medicação que é administrada de forma intravenosa para matar as células do tumor, realizada pelo médico oncologista
- radioterapia: irradiação realizada na mama e, às vezes, na axila e fossas supra-claviculares, para interromper a multiplicação das células tumorais, realizada pelo médico radioterapeuta, para reduzir o risco de recidiva local
- hormonioterapia: medicação que é administrada via oral para bloquear os receptores hormonais ou a síntese hormonal, fornecida para pacientes com tumores que tenham receptores hormonais